Análise de artigo: Ultrassonografia no atendimento pré-hospitalar 4/4

Análise final do papel da ultrassonografia no atendimento pré-hospitalar (UAPH).

O que diz o PHTLS 9ª edição sobre a UAPH?

Analisando as 3 meta-análises discutidas em sequência, pode-se observar que o tema UAPH tem evoluído e se tornado mais frequente nas publicações científicas, bem como o número de pacientes analisados nos estudos. Apesar disso, devido à qualidade e heterogeneidade dos trabalhos, desfechos com benefícios clínicos de morbimortalidade ainda não são observados.

Nesta edição, pela primeira vez, o PHTLS menciona a UAPH. Por se tratar de uma nova incorporação tecnológica, ele é conservador e se alinha com as melhores evidências da literatura, conjuntamente com as diretrizes e princípios que norteiam o pré-hospitalar, principalmente o do tempo curto de cena e de transporte.

Abaixo, segue o resumo das recomendações do PHTLS:

  1. O exame FAST é factível.
  2. Nenhum trabalho demonstrou ainda que o uso do UAPH melhora os desfechos para o paciente com trauma abdominal.
  3. O FAST pode ser útil em ambientes austeros e com múltiplas vítimas.
  4. O seu uso não é recomendado como rotina, pois pode atrasar o transporte ou fornecer falsa segurança sobre a real condição do paciente.

Comentários do autor:

  • Serviços de pré-hospitalar que desejarem utilizar a ultrassonografia devem ser organizados e possuírem protocolos.
  • O conceito de tempo curto de atendimento e transporte pré-hospitalar deve estar bem claro e definido entre os membros da equipe.
  • O UAPH NÃO pode atrasar o transporte do paciente.
  • Treinamento prévio em ultrassonografia é necessário: EFAST como início para detectar líquido livre.
  • O UAPH parece ser eficaz na identificação de líquido livre intraperitoneal e pode ser utilizado para otimizar o atendimento do paciente com o mínimo possível de perda de tempo, ajudando o hospital a se preparar para receber o paciente. Comunicação direta com o hospital de referência é fundamental
  • O aparelho deve ser adequado: portátil, tela de tamanho apropriado, desenho simples, intuitivo, tempo curto entre ser ligado e estar pronto para o uso, e resistente à queda.
  • Transportes prolongados e aéreos poderão ser os mais beneficiados com o uso dessa tecnologia.

Referência:

PHTLS, Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado, 9ª edição, Jones and Bartlett Learning, 2021, páginas 386 e 689.

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Bruno Belezia
Cirurgião Geral, CRMMG 24451

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